Jesus singular, Maria exemplar
Sou serva do Senhor; que aconteça comigo conforme a tua palavra. (Lucas 1.38)
Até aqui percebemos que o evangelista Lucas exalta com clareza a singularidade do filho de Maria. Nas palavras do apóstolo e também evangelista João, Ele era o próprio Deus encarnado (João 1.14) – (1).
Por outro lado, não podemos deixar de destacar o que Lucas também não deixou de revelar, a exemplar atitude de Maria, disposta e disponível serva de Deus.
Durante a conversa com o anjo Gabriel, a virgem chamou a si mesma de serva. Algumas outras traduções bíblicas dizem escrava. Ambas são boas traduções para o significado da palavra original, que indicava total submissão de Maria a quem ela chama de Senhor.
Sobre a palavra Senhor (κύριος), em português nós não compreendemos muito bem a profundidade de seu significado conforme o texto bíblico. Por educação e cortesia, chamamos de senhor pessoas mais velhas, clientes de um estabelecimento, desconhecidos, entre outros. O significado mais próximo em nossa língua do significado bíblico é quando chamamos uma autoridade de senhor, como um policial ou juiz, ainda assim, isso representa somente uma parte do significado bíblico.
No tempo de Jesus, há cerca de 2.000 anos, o império dominante era o romano. Os líderes, chamados Césares, eram os Senhores do mundo. Estes, naquele tempo, não eram somente simples reis ou imperadores, mas eram tidos como deuses. Quando a Bíblia diz Senhor é exatamente esta a conotação da palavra. Maria, ainda que debaixo do império romano, sabia exatamente quem era Deus, e Ele não era o César.
A exemplar atitude de Maria fica ainda mais evidente quando ela diz: que aconteça comigo conforme a tua palavra. Maria havia humildemente se disponibilizado para cumprira vontade de Deus. Sim, de Deus! Lembre-se, o mensageiro era o anjo Gabriel, mas a mensagem, a palavra era de Deus. Maria submeteu seu corpo, sua alma e seu espírito ao Senhor (Lucas 1.38, 46, 47 respectivamente).
Sei que tanto a palavra servo como escravo são fortes e nos chocam. Fato é que temos somente duas opções. Ou negamos e nos rebelamos contra Aquele que amorosamente nos criou, enfrentando posteriormente as consequências dessa decisão, como o afastamento eterno da Sua presença, ou nos submetemos ao Criador, que deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade (1 Timóteo 2.4). Este é o Deus cuja graça se manifestou salvadora a todo homem (Tito 2.11), pois Deus amou o mundo de tal maneira que deu filho unigênito para que todo que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna (João 3.16).
Qual é a sua decisão? A minha foi ser servo de Deus. Busco entregar-me e servi-lO como Maria fez. Hoje, em função de minha escolha, desfruto de várias de Suas bênçãos. Mas antes de eu decidir ser servo de Deus, houve uma condição. Você sabe qual é ela? Veremos numa futura reflexão.
UMA ORAÇÃO:
“Senhor Deus, é notório que Jesus era singular e Maria exemplar. Quero sim ser servo do Senhor. Ajude-me a entender o que eu preciso fazer. Este é meu pedido, em nome de Jesus, amém.”
1) A encarnação de Deus nada se relaciona com a doutrina espírita de reencarnação, claramente rejeitada na Bíblia em diversos textos. Um exemplo: o homem está destinado a morrer uma só vez e depois disso enfrentar o juízo (Hebreus 9.27).
Este texto é Capítulo 5 do devocional “O Natal Verdadeiro – 12 Reflexões Bíblicas e Natalinas segundo o evangelho de Lucas“, criado por Thiago Zambelli, e publicado originalmente em www.nataldeverdade.com.br. Compartilhado com a devida autorização do autor.