Mas por que sou tão agraciada, a ponto de me visitar a mãe do meu Senhor? (Lucas 1:43)

Quando Maria soube que estava miraculosamente grávida, ela viajou para a casa de sua parente Isabel, que morava numa região montanhosa da Judeia (Lucas 1.39). Ainda que desconheçamos o local com precisão, nós sabemos que eram necessários três dias de viagem para sair da cidade de Nazaré e chegar na região da Judeia.

O texto bíblico não nos informa com quem Maria viajou, embora saibamos que pelo menos uma pessoa estava com ela; mais especificamente dentro dela. Isabel, cheia do Espírito Santo, também sabia disso: “Maria, que presente é tê-la aqui conosco! Qual a razão deste privilégio, de receber em minha casa a mãe de meu Senhor?”

Foi pelo fato de Isabel estar cheia do Espírito Santo, que ela pôde deixar de lado o seu sentimento maternal que, naturalmente consideraria o próprio filho superior, para chamar o filho de Maria de Senhor.

O reconhecimento de que Jesus é o Senhor é fundamental para nossa salvação. Foi neste sentido que o apóstolo Paulo escreveu: Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo. Pois com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa para salvação (Romanos 10.9-10). Mas o que significa confessar que Jesus é Senhor?

A palavra senhor tem vários sentidos em português. Segundo o dicionário HOUAISS (1), ela pode significar dono, proprietário, patrão, amo, pessoa que exerce poder, aquele que tem autoridade, homem idoso, pessoa nobre, entre outros. E é entre estes outros significados que encontramos exatamente o que o apóstolo Paulo quis dizer com confessar que Jesus é Senhor: reconhecer que Jesus é Deus.

Ninguém consegue confessar Jesus Cristo como Deus se não for por meio do Espírito Santo, enviado pelo Pai através do Filho. Certa vez, quando Jesus e os Seus discípulos se dirigiam para as proximidades de Cesareia de Filipe, Ele perguntou: “Quem o povo diz que eu sou?” Seus discípulos responderam: “Alguns dizem que és João Batista; outros, Elias; e, ainda outros, um dos profetas.” Jesus lhes perguntou novamente: “E quem vocês dizem que eu sou?” Foi Pedro, o mais impetuoso entre eles, que respondeu: “Tu és o Cristo.” Então, Jesus explicou que esta declaração de Pedro não era baseada em sua própria inteligência ou astúcia, mas que tinha sua origem em outra pessoa: “Feliz é você, Pedro, filho de Jonas! Porque isto não lhe foi revelado por carne ou sangue, mas por meu Pai que está nos céus” (Mateus 16.13-20; Marcos 8.27-30). Foi Deus quem o levou a entender isso.

Ainda que a decisão de crer em Jesus não seja fundamentalmente intelectual, a percepção de Deus na História é cognitiva. Usamos nosso entendimento, nossa razão, nossa memória e também nossa inteligência para admitir fatos inegáveis, pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas (Romanos 1.20).

Todos os humanos são incapazes de ter uma vida totalmente íntegra; isto é inegável! Não há um homem sequer que não peque e, por causa disso, esteja afastado de Deus para apreciar e desfrutar de Sua glória (cf. Romanos 3.11-18). Não há inteligência no mundo que supere a distância causada pelo pecado entre Deus e a humanidade.

Permita-me, portanto, apresentar-lhe uma boa notícia. Ainda que não merecêssemos, Deus tomou a iniciativa de nos resgatar desta terrível incapacidade. Por meio do Espírito Santo, Ele nos dá a certeza de que o Natal de verdade celebra o nascimento de Jesus Cristo e que por Sua morte e ressurreição nós podemos desfrutar eternamente da presença de Deus. Tudo isso com apenas uma condição: crer na pessoa e obra de Jesus Cristo, isto é, crer em quem Jesus é e naquilo que Ele fez em nosso favor.

Maria creu nas palavras do anjo sobre seu papel e sobre quem era seu filho (2). Por sua vez, Isabel, cheia do Espírito Santo, reconhecia que Jesus era Deus. Ambas as mulheres creram nAquele que foi prometido por Deus por meio dos profetas do passado, cujo poder nos liberta da condição de escravos do pecado, pois Ele é Senhor!

É fato que tudo isso, da perspectiva humana, soa como doidice. Nenhum homem ou mulher, em sã consciência, busca a verdade na loucura. No entanto, se você tem buscado discernimento, ponderado os elementos da história e avaliado com sinceridade a pessoa e as obras de Jesus, entenda que você, conscientemente ou não, tem sido alvo da ação de Deus.

Sua vida faz parte da história cujo Senhor é Jesus. Meu desejo e oração é que você esteja consciente disso, pois só por meio deste reconhecimento é que você conseguirá desfrutar da alegria e das bênçãos dEle, desfrutando de um Natal de verdade.

Em sua presunção o ímpio não O busca; não há lugar para Deus em nenhum de seus planos. Davi (Salmo 10.4)

UMA ORAÇÃO

“Senhor Deus, é verdade que crer nessa história parece insensatez. Todavia, estou sinceramente em busca da verdade e reconheço que preciso de Sua ajuda. Eu não gostaria que o Natal chegasse sem que eu entendesse melhor a respeito de Jesus e do meu lugar nessa história. Amém.”

1) Dicionário Eletrônico da Língua Portuguesa HOUAISS. Versão 1.0.5a – Novembro 2002 – Editora Objetiva Ltda.
2) Isto responde à condição da reflexão Maria Exemplar, Jesus Singular. Uma pessoa somente pode decidir servir ao Senhor se ela, antes, crê na Palavra de Deus, que nos mostra com clareza a pessoa e as obras de Jesus em benefício da humanidade.

Este texto é Capítulo 7 do devocional “O Natal Verdadeiro – 12 Reflexões Bíblicas e Natalinas segundo o evangelho de Lucas“, criado por Thiago Zambelli, e publicado originalmente em www.nataldeverdade.com.br. Compartilhado com a devida autorização do autor.

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